O Cortiço, de Aluísio Azevedo, é um romance naturalista que retrata a vida em uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do século XIX. O cortiço, como um organismo vivo, molda e corrompe seus habitantes, transformando-os em produtos do meio em que vivem. A obra explora as relações de poder, a luta pela sobrevivência, o determinismo biológico e social, e a influência do ambiente degradado sobre o comportamento humano. Através de personagens como João Romão, um português ambicioso que se aproveita dos mais fracos para enriquecer, e Jerônimo, um imigrante que se deixa seduzir pela sensualidade tropical, Azevedo cria um quadro vívido da sociedade carioca da época, marcada por desigualdades sociais, exploração e promiscuidade. O romance, considerado um marco do Naturalismo brasileiro, levanta questões importantes sobre a natureza humana e o papel do meio ambiente na formação do indivíduo.