Livros e textos em PDF

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Literatura (Ficção e Contos)

O cortiço

Aluísio Azevedo

O Cortiço, de Aluísio Azevedo, é um romance naturalista que retrata a vida em uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do século XIX. O cortiço, como um organismo vivo, molda e corrompe seus habitantes, transformando-os em produtos do meio em que vivem. A obra explora as relações de poder, a luta pela sobrevivência, o determinismo biológico e social, e a influência do ambiente degradado sobre o comportamento humano. Através de personagens como João Romão, um português ambicioso que se aproveita dos mais fracos para enriquecer, e Jerônimo, um imigrante que se deixa seduzir pela sensualidade tropical, Azevedo cria um quadro vívido da sociedade carioca da época, marcada por desigualdades sociais, exploração e promiscuidade. O romance, considerado um marco do Naturalismo brasileiro, levanta questões importantes sobre a natureza humana e o papel do meio ambiente na formação do indivíduo.

A cidade e as serras

Eça de Queiroz

"A Cidade e as Serras" de Eça de Queiroz é um romance que contrasta a vida agitada e materialista da cidade com a tranquilidade e simplicidade da vida rural. O protagonista, Jacinto de Tormes, um homem rico e cosmopolita, é obrigado a trocar a sofisticação de Paris por uma pequena aldeia nas serras portuguesas após um acidente. Essa mudança radical o leva a uma profunda transformação, questionando os valores da sociedade urbana e redescobrindo o prazer da vida simples e em contato com a natureza. A obra é uma crítica social à busca desenfreada por bens materiais e uma celebração da vida mais simples e autêntica.

Incidente em Antares

Érico Veríssimo

Incidente em Antares, de Érico Veríssimo, é uma sátira política que utiliza elementos de realismo fantástico para criticar a sociedade brasileira. A história se passa na fictícia cidade de Antares, onde eventos bizarros e inexplicáveis, como chuvas de sapos e a aparição de um monstro, servem como metáforas para as mazelas da sociedade, a corrupção dos poderosos e a alienação das massas. A obra, publicada durante a ditadura militar, utiliza o humor e o absurdo para denunciar a hipocrisia e a injustiça, tornando-se um clássico da literatura brasileira.

Sagarana

João Guimarães Rosa

Sagarana, de João Guimarães Rosa, é uma coletânea de nove contos que retrata a vida no sertão brasileiro com uma linguagem rica e poética. Através de personagens pitorescos e histórias marcadas pela violência, pelo misticismo e pela força da natureza, Guimarães Rosa cria um universo singular, onde o real se mistura ao fantástico. A obra, marcada por um regionalismo universal, explora temas como a identidade, a luta pela sobrevivência, a fé e a relação do homem com a natureza. Com uma prosa exuberante e inventiva, o autor cria um mosaico de histórias que revelam a alma do sertão e a riqueza da cultura brasileira.

Antologia da Literatura Fantástica

Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Silvina Ocampo (org.)

A Antologia da Literatura Fantástica, organizada por Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Silvina Ocampo, é um banquete literário que reúne 75 contos de mestres do gênero, como Edgar Allan Poe, H. G. Wells, Franz Kafka e Julio Cortázar. Essa coletânea, um clássico absoluto da literatura em língua espanhola, nos transporta para um universo onde o real se mistura ao imaginário, o racional ao onírico. Através de narrativas que exploram o fantástico, o horror, o absurdo e o surreal, os autores nos convidam a questionar a realidade e a expandir os limites da nossa imaginação. A antologia, além de ser uma celebração da literatura fantástica, é um convite à reflexão sobre a natureza humana, a condição existencial e o poder da palavra para criar mundos e realidades paralelas.

Iracema

José de Alencar

Iracema, de José de Alencar, é um romance indianista que narra a história de amor entre a índia Iracema, da tribo Tabajara, e o português Martim Soares Moreno. O livro, publicado em 1865, idealiza a figura do índio e da natureza brasileira, construindo um mito fundador para a nação recém-independente. A trama, ambientada no Ceará, gira em torno do encontro entre dois mundos: o indígena e o europeu. Iracema, a virgem dos lábios de mel, abandona sua tribo para viver um grande amor com Martim, simbolizando a miscigenação e a formação do povo brasileiro. O romance, além de uma história de amor, é também uma reflexão sobre a colonização portuguesa e a perda da identidade indígena.

Mayombe

Pepetela 

Mayombe, de Pepetela, é um romance que mergulha no coração da luta armada pela independência de Angola. Ambientado na densa floresta do Mayombe, a obra acompanha um grupo de guerrilheiros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em suas batalhas contra as forças coloniais portuguesas. Através de uma narrativa rica em detalhes e personagens complexos, Pepetela explora as tensões e conflitos internos do movimento revolucionário, revelando as dificuldades de construir uma identidade nacional a partir de diversas etnias e culturas. A obra, além de ser um testemunho histórico da luta pela descolonização, é uma profunda reflexão sobre a natureza da guerra, a amizade, a liderança e a busca por um futuro livre e independente.

O Som e a Fúria

William Faulkner

O Som e a Fúria, de William Faulkner, é uma obra-prima da literatura americana que narra a decadência da família Compson, uma antiga aristocracia do Sul dos Estados Unidos. Através de uma estrutura narrativa inovadora, dividida em quatro partes, cada uma com um ponto de vista diferente, Faulkner explora temas como tempo, memória, identidade e a luta contra a inevitabilidade do destino. A história se concentra na figura de Caddy, a filha rebelde e desprezada, e em seus irmãos, Benjy, um deficiente mental, Quentin, um jovem atormentado pela culpa, e Jason, o cínico e calculista. A obra, marcada por um estilo experimental e uma linguagem poética, é considerada um dos maiores romances do século XX, oferecendo uma profunda reflexão sobre a condição humana e a passagem do tempo.

Mal Secreto

Zuenir Ventura

Mal Secreto de Zuenir Ventura é uma imersão profunda no universo da inveja, um dos pecados capitais mais complexos e arraigados na sociedade. A partir de uma pesquisa extensa, o autor convida o leitor a uma jornada introspectiva, explorando as raízes psicológicas e sociais desse sentimento, seus impactos na vida pessoal e profissional, e suas manifestações na história e na cultura. Através de relatos históricos, análises de casos reais e reflexões filosóficas, Zuenir Ventura desvenda os mecanismos da inveja, revelando como ela pode ser tanto uma força destrutiva quanto um motor de transformação. A obra é um convite à autoanálise e à compreensão de um sentimento universal, oferecendo ferramentas para lidar com a inveja de forma mais saudável e construtiva.

Filosofia, Sociologia e Política

Brasil, colônia de banqueiros

Gustavo Barroso

Em "Brasil, Colônia de Banqueiros", Gustavo Barroso apresenta uma visão crítica e nacionalista da história econômica brasileira, argumentando que o país sempre esteve sob a influência e o controle de bancos internacionais. O autor defende a tese de que a independência do Brasil foi apenas nominal, uma vez que o país continuou subjugado aos interesses financeiros estrangeiros, especialmente de bancos europeus e norte-americanos. Barroso traça um panorama histórico dos empréstimos contraídos pelo Brasil desde o século XIX, destacando as altas taxas de juros e as condições impostas pelos credores, que, segundo ele, impediram o desenvolvimento autônomo da economia brasileira. A obra, marcada por um forte viés anti-imperialista e anti-semita, exerceu grande influência no pensamento nacionalista brasileiro, embora suas análises sejam frequentemente contestadas por historiadores e economistas.

O colapso da democracia no Brasil

Luís Felipe Miguel

"O Colapso da Democracia no Brasil: da Constituição ao Golpe de 2016", de Luís Felipe Miguel, oferece uma análise crítica do processo de fragilização e retrocesso democrático no Brasil, culminando no impeachment de Dilma Rousseff. O autor argumenta que esse evento não foi isolado, mas o resultado de uma série de fatores que minaram a democracia brasileira desde a redemocratização. Ele critica a conciliação da transição democrática, que manteve privilégios das elites; aponta limites da Constituição de 1988, que dificultam a participação popular; analisa a judicialização da política, com o Judiciário extrapolando suas funções; critica o papel da mídia na deslegitimação do governo Dilma; e classifica o impeachment como um golpe parlamentar, com argumentos jurídicos frágeis. O livro aborda as consequências desse retrocesso, como a polarização, discursos autoritários e a crise social e econômica. Em resumo, a obra busca compreender as causas e consequências da fragilização da democracia brasileira.

A nova ordem

Luiz Gushiken

"A Nova Ordem - Luiz Gushiken" é uma coletânea que homenageia o legado de Luiz Gushiken, reunindo textos de 67 autores que conviveram com o ex-líder sindical, político e ministro. A obra resgata sua trajetória desde a atuação no movimento sindical, como presidente do Sindicato dos Bancários, até sua participação na fundação do PT e sua atuação no governo Lula, como Ministro Chefe da Secretaria de Comunicação Social. O livro destaca a importância de Gushiken na luta por um Brasil mais justo e igualitário, além de apresentar reflexões sobre seus ideais e seu impacto na política brasileira. A obra inclui ainda uma carta de Gushiken para Lula e uma tese sobre uma nova ordem mundial.

História, Educação, Psicologia

Vendo vozes

Oliver Sacks

Vendo Vozes, de Oliver Sacks, é uma investigação profunda sobre o mundo dos surdos e a rica cultura surda, explorando a história, a linguagem de sinais e as experiências vividas por essa comunidade. Sacks aborda temas como a aquisição da linguagem, a identidade cultural e as implicações sociais e psicológicas do isolamento linguístico, destacando a importância da Língua de Sinais como ferramenta fundamental de expressão e inclusão. O livro combina ciência, história e empatia para oferecer uma visão abrangente e sensível sobre a condição humana e a diversidade comunicativa.

Uma História Social do Conhecimento - vol. 2

Peter Burke

Uma História Social do Conhecimento – Volume 2, de Peter Burke, analisa a transformação do conhecimento entre 1750 e 2000, com foco na Revolução Industrial e nas mudanças que moldaram a era contemporânea. Burke explora como o conhecimento foi produzido, disseminado e utilizado, destacando o impacto da especialização, da profissionalização e das tecnologias da informação nesse processo. O autor também aborda as tensões entre o saber local e global, além das desigualdades no acesso ao conhecimento, oferecendo uma reflexão crítica sobre os desafios e as oportunidades da sociedade do conhecimento.

Tecnologia e Ciências

A cultura da participação

Clay Shirky

Em "A Cultura da Participação", Clay Shirky apresenta uma visão otimista sobre o impacto das tecnologias digitais na sociedade. O autor argumenta que a internet e as ferramentas colaborativas estão transformando radicalmente a forma como as pessoas se comunicam, criam e colaboram. Shirky destaca o surgimento de uma "cultura da participação", onde a distinção entre produtor e consumidor se torna cada vez mais tênue, e milhões de pessoas ao redor do mundo dedicam seu tempo livre para criar e compartilhar conteúdo. Ao analisar diversos exemplos de projetos colaborativos, o autor demonstra como a tecnologia está ampliando as possibilidades de expressão e engajamento cívico, dando voz a novas comunidades e fomentando a inovação em diversas áreas do conhecimento.