Ciência da Informação
Linguagem Verbal para os Meios de Comunicação I
Linguagem Verbal para os Meios de Comunicação I
Roseli Fígaro
Paulo Freire - A importância do ato de ler
Paulo Freire - A importância do ato de ler
Paulo Freire reflete a respeito do ato de ler: "A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto." (...) "enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito." (...) "Como eu, o analfabeto é capaz de sentir a caneta, de perceber a caneta e de dizer caneta. Eu, porém, sou capaz de não apenas sentir a caneta, de perceber a caneta, de dizer caneta, mas também de escrever caneta e, conseqüentemente, de ler caneta. A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Esta montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o alfabetizando. Aí tem ele um momento de sua tarefa criadora." (...) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele." (...) "... As palavras com que organizar o programa da alfabetização deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, os seus anseios, as suas inquietações, as suas reivindicações, os seus sonhos. Deveriam vir carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador. A pesquisa do que chamava universo vocabular nos dava assim as palavras do Povo, grávidas de mundo. Elas nos vinham através da leitura do mundo que os grupos populares faziam. Depois, voltavam a eles, inseridas no que chamava e chamo de codificações, que são representações da realidade."No capítulo seguinte, que trata das bibliotecas populares, Paulo Freire salienta a importância do caráter político da educação e da coerência dos educadores: "Nem sempre, infelizmente, muitos de nós, educadoras e educadores que proclamamos uma opção democrática, temos uma prática em coerência com o nosso discurso avançado. Daí que o nosso discurso, incoerente com a nossa prática, vire puro palavreado. Daí que, muitas vezes, as nossas palavras “inflamadas”, porém contraditadas por nossa prática autoritária, entrem por um ouvido e saiam pelo outro - os ouvidos das massas populares, cansadas, neste país, do descaso e do desrespeito com que há quatrocentos e oitenta anos vêm sendo tratadas pelo arbítrio e pela arrogância dos poderosos.". E também da importância de dar aos educandos o direito de serem ouvidos: "Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros - não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembléia popular - o direito de dizer a sua palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. De escutá-los corretamente, com a convicção de quem cumpre um dever e não com a malícia de quem faz um favor para receber muito mais em troca.". E critica a idéia de neutralidade da educação: "já que a educação modela as almas e recria os corações, ela é a alavanca das mudanças sociais.". E finaliza propondo a criação, por iniciativa dos profissionais da educação, da coleta e posterior criação de um acervo de histórias dos habitantes locais, para que não se perca a riqueza do direito das pessoas de contarem as suas próprias histórias, ou evitando que as mesmas sejam recontadas e distorcidas. Arquivo
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Paulo Freire reflete a respeito do ato de ler: "A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto." (...) "enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito." (...) "Como eu, o analfabeto é capaz de sentir a caneta, de perceber a caneta e de dizer caneta. Eu, porém, sou capaz de não apenas sentir a caneta, de perceber a caneta, de dizer caneta, mas também de escrever caneta e, conseqüentemente, de ler caneta. A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Esta montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o alfabetizando. Aí tem ele um momento de sua tarefa criadora." (...) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele." (...) "... As palavras com que organizar o programa da alfabetização deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, os seus anseios, as suas inquietações, as suas reivindicações, os seus sonhos. Deveriam vir carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador. A pesquisa do que chamava universo vocabular nos dava assim as palavras do Povo, grávidas de mundo. Elas nos vinham através da leitura do mundo que os grupos populares faziam. Depois, voltavam a eles, inseridas no que chamava e chamo de codificações, que são representações da realidade."No capítulo seguinte, que trata das bibliotecas populares, Paulo Freire salienta a importância do caráter político da educação e da coerência dos educadores: "Nem sempre, infelizmente, muitos de nós, educadoras e educadores que proclamamos uma opção democrática, temos uma prática em coerência com o nosso discurso avançado. Daí que o nosso discurso, incoerente com a nossa prática, vire puro palavreado. Daí que, muitas vezes, as nossas palavras “inflamadas”, porém contraditadas por nossa prática autoritária, entrem por um ouvido e saiam pelo outro - os ouvidos das massas populares, cansadas, neste país, do descaso e do desrespeito com que há quatrocentos e oitenta anos vêm sendo tratadas pelo arbítrio e pela arrogância dos poderosos.". E também da importância de dar aos educandos o direito de serem ouvidos: "Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros - não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários; se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembléia popular - o direito de dizer a sua palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. De escutá-los corretamente, com a convicção de quem cumpre um dever e não com a malícia de quem faz um favor para receber muito mais em troca.". E critica a idéia de neutralidade da educação: "já que a educação modela as almas e recria os corações, ela é a alavanca das mudanças sociais.". E finaliza propondo a criação, por iniciativa dos profissionais da educação, da coleta e posterior criação de um acervo de histórias dos habitantes locais, para que não se perca a riqueza do direito das pessoas de contarem as suas próprias histórias, ou evitando que as mesmas sejam recontadas e distorcidas. Arquivo
VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem
VIGOTSKI, Lev S. Pensamento e linguagem
A estrutura da língua que uma pessoa fala influencia a maneira com que esta pessoa percebe o universo...Para aqueles que veem na linguagem apenas um código aleatório, o autor responderia:Uma palavra que não representa uma ideia é uma coisa morta, da mesma forma que uma ideia não incorporada em palavras não passa de uma sombra.Para o ser humano pensamento e linguagem têm origens diferentes. Inicialmente o pensamento não é verbal e a linguagem não é intelectual. Suas trajetórias de desenvolvimento, entretanto, não são paralelas - elas cruzam-se. Em dado momento, a cerca de dois anos de idade, as curvas de desenvolvimento do pensamento e da linguagem, até então separadas, encontram-se para, a partir daí, dar início a uma nova forma de comportamento. É a partir deste ponto que o pensamento começa a se tornar verbal e a linguagem racional. Inicialmente a criança aparenta usar linguagem apenas para interação superficial em seu convívio, mas, a partir de certo ponto, esta linguagem penetra no subconsciente para se constituir na estrutura do pensamento da criança.A partir do momento que a criança descobre que tudo tem um nome, cada novo objeto que surge representa um problema que a criança resolve atribuindo-lhe um nome.As habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não são determinadas por fatores congênitos. São, isto sim, resultado das atividades praticadas de acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo se desenvolve, a história da sociedade na qual a criança se desenvolve e a história pessoal desta criança são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar. Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinação de como a criança vai aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são transmitidas à criança através de palavras (Murray Thomas, 1993)Linguagem não é apenas uma expressão do conhecimento adquirido pela criança. Existe uma inter-relação fundamental entre pensamento e linguagem, um proporcionando recursos ao outro. Desta forma a linguagem tem um papel essencial na formação do pensamento e do caráter do indivíduo.Zona de desenvolvimento próximoUm dos princípios básicos da teoria de Vygotsky é o conceito de zona de desenvolvimento próximo. Zona de desenvolvimento próximo representa a diferença entre a capacidade da criança de resolver problemas por si própria e a capacidade de resolvê-los com ajuda de alguém.Este livro aborda o estudo de um dos mais complexos problemas da psicologia é a inter-relação entre o pensamento e a linguagem.Arquivo
Alexis Leontiev – O desenvolvimento do psiquismo
Alexis Leontiev – O desenvolvimento do psiquismo
Alexis Leontiev, descrevendo as condições para o aparecimento da consciência, destaca: "A consciência humana distingue a realidade objetiva do seu reflexo, o que leva a distinguir o mundo das impressões interiores e torna possível com isso o desenvolvimento da observação de si mesmo". E que "a hominização dos antepassados animais do homem se deve ao aparecimento do trabalho e, sobre esta base, da sociedade". Sobre a frase de Engels, de que "o trabalho criou o próprio homem", Leontiev acrescenta que ele criou também a sua consciência. Descreve como o aparecimento do trabalho transformou o cérebro humano e os órgãos dos sentidos: "O órgão principal da atividade do trabalho do homem, a sua mão, só pode atingir a sua perfeição graças ao próprio trabalho". E como adendo, novamente cita Engels: "Só graças a ele, graças à adaptação a operações sempre novas... é que a mão do homem atingiu este alto grau de perfeição que pode fazer surgir o milagre dos quadros de Rafael, as estátuas de Thorwaldsen, a música de Paganini".Também compara o crânio dos símios antropóides com o do homem primitivo, sendo que o deste último tem mais do que o dobro do volume (1400 contra 600 cm3) – diferença que se torna ainda mais nítida quando comparamos os pesos do cérebro de um orangotango com o do homem (350g contra 1400g), ressaltando a complexidade e evolução do cérebro humano, que já podia ser constatada no homem de Neanderthal.Toda essa transformação anatômica, segundo Leontiev, é uma decorrência do trabalho, "um processo que liga o homem à natureza", e que por sua vez "só poderia nascer entre os animais que vivessem em grupo e apresentassem formas suficientemente desenvolvidas de vida em comum". Outra "condição necessária para ao aparecimento do trabalho é a existência de formas muito desenvolvidas de reflexo psíquico da realidade nos representantes superiores do mundo animal."Como diz Engels, "o trabalho começa com a fabricação dos instrumentos", e este fato, aliado às condições em que se dá a atividade coletiva, de forma que "o homem, no seio deste processo não entra apenas numa relação determinada com a natureza, mas com outros homens" forma os dois elementos interdependentes que caracterizam o trabalho.Todo este processo do trabalho e sua consequente divisão técnica, e porventura hierárquica, é mediado através da comunicação. Antes, porém, Leontiev descreve "a ligação entre duas (ou várias) fases, determinada por ligações e relações físicas, materiais, espaciais, temporais, mecânicas" da atividade intelectual determinada pelo trabalho. Durante a fase de preparação do trabalho é que surge o pensamento humano, uma capacidade de transformar os processos "numa atividade totalmente interna, isto é, mental".Desta forma, um processo que necessita da interação social se torna a própria consciência individual. E em contrapartida, "quando aparece o pensamento verbal abstrato, ele não pode efetuar-se a não ser pela aquisição pelo homem de generalizações elaboradas socialmente, a saber os conceitos verbais e as operações lógicas, igualmente elaboradas socialmente".A forma com que se produz o reflexo no homem da realidade que o envolve se traduz através da linguagem, segundo Leontiev. "Agindo sobre a natureza, os movimentos de trabalho dos homens agem igualmente sobre os outros participantes na produção. Isto significa que as ações do homem têm nestas condições uma dupla função: uma função imediatamente produtiva e uma função de ação sobre os outros homens, uma função de comunicação".Por sua vez, a comunicação verbal decorrente desse processo de trabalho se tornará gesto, uma abstração ainda mais sofisticada do processo que o gerou. Separada da atividade prática, "as significações verbais são abstraídas do objeto real e só podem portanto existir como fato de consciência, isto é, como pensamento".Arquivo
O enigma de Kaspar Hauser
O enigma de Kaspar Hauser
O enigma de Kaspar HauserO filme de Werner Herzog mostra um jovem que não consegue falar ou se locomover, depois de passar a vida toda trancado. O conflito entre o nada aprender e a forma com que se ensina fica evidenciado quando um professor propõe a Kaspar, depois de anos de aculturamento, que resolva um desafio lógico. Apesar de correta, a resposta é considerada errada pelo professor, que só admitia uma única maneira de se resolver o enigma.A história, baseada em fatos verídicos, confirma os preceitos teóricos do texto de Leontiev e os excertos de Engels nele incluídos: a consciência nasce com o trabalho com outros homens, e a partir disso nasce também a linguagem, que no homem se internaliza e de forma abstrata gera o conhecimento para a preparação de novos trabalhos e novas noções linguísticas. Arquivo
O garoto selvagem
O garoto selvagem
TRUFFAUT, François. L´enfant Sauvage (O garoto selvagem). 1970.Arquivo
A criança e a fala
A criança e a fala
Como e quando as crianças começam a falar?Arquivo
Margarida Petter
Margarida Petter
Linguagem, língua, linguísticaArquivo
Situação dos direitos humanos no Brasil
Situação dos direitos humanos no Brasil
O trabalho de retomar o respeito aos cidadãos e impedir o autoritarismo na retomada da democracia. estabelecimento de diretrizes, normas para os direitos humanoscomo a desigualdade gera a delinquência, os crimes, e como consequencia o aumento da violência policial, o autoritarismo e a criação de grupos paralelos ao estadoa democracia acabou trazendo um aumento de manifestações radicais. direitos humanso x segurança públicapune-se pouco e as cadeias estão cada vez mais lotadas (!) - qualidade da democracia (indicadores)descrença nas leisArquivo
Fiorin
Fiorin
FIORIN, José Luiz. Teoria dos signos (p. 55-74). In: FIORIN, J. Luiz (org). Introdução à Linguística. São Paulo: Contexto, 2007. Exposição: língua e fala; signo e referente.Arquivo
Dino Preti
Dino Preti
As normas e os níveis de falaArquivo
Reflecom 1
Reflecom 1
Os tão aguardados extraterrestres chegaram. É preciso, em tempo curtíssimo, tentar entender o que dizem, e saber se representam ou não uma ameaçaArquivo
Maingueneau
Maingueneau
(1) MAINGUENEAU, Dominique. Discurso, enunciado, texto (in: Análise de textos de comunicação - pp. 57-64);(2) MAINGUENEAU, Dominique. Mídium e discurso. (in: Análise de textos de comunicação – p. 81-94). Arquivo
Mauro & Fígaro
Mauro & Fígaro
MAURO, Rosana; FIGARO, Roseli. O dispositivo comunicacional nas mídias digitais: um estudo sobre páginas e grupos do Facebook. Revista Interin v. 23 n. 2 jul./dez. 2018. Arquivo
Citelli
Citelli
CITELLI, Adilson. Signo e persuasão e Tipos de discursos (in: Linguagem e persuasão. (p. 24-54). Fake News e persuasão.Arquivo
Baccega
Baccega
(1) Baccega, M. Aparecida. Comunicação: interação emissão/recepção. Comunicação & Educação, São Paulo, (23): 7 a 15, jan./abr. 2002. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/37011
(2) Baccega, M.Aparecida. O campo da comunicação/educação e as Práticas de recepção: o papel das mediações. Biblioteca Compós. [s.d] Disponível em: http://www.compos.org.br/data/biblioteca_1283.pdf Arquivo
(2) Baccega, M.Aparecida. O campo da comunicação/educação e as Práticas de recepção: o papel das mediações. Biblioteca Compós. [s.d] Disponível em: http://www.compos.org.br/data/biblioteca_1283.pdf Arquivo
Reflecom 2
Reflecom 2
O rio brota, como um parto da mãe terra. Como diz a música de Tom Jobim, nasce esperto, veloz, e em seu curso se junta a tantos outros rios, a tantas outras águas. E desemboca nas águas calmas de um grande rio onde todos os rios se encontram.Arquivo
Trabalho final - O rádio e as fakenews
Trabalho final - O rádio e as fakenews
As consequências da mentira no rádio: As fake news difundidas pela Jovem Pan em apoio ao governo de Jair BolsonaroArquivo